A tropeada Transparaná, de Foz do Iguaçu ao litoral paranaense partiu de pessoas com ideais de liberdade e resgate cultural da história do tropeirismo no Estado do Paraná, e também para conhecer lugares e seus habitantes com usos e costumes diferenciados, tendo em vista que o tropeirismo teve papel importante na colonização do Paraná.
A jornada vem sendo realizada a três anos, o trajeto de cerca de 1,1 mil km, foi concluído em várias etapas com duas tropeadas ao ano nos meses de abril e novembro. As comitivas de homens, mulheres e jovens, com seus cavalos e muares, foram o testemunho vivo das belezas naturais que ainda se encontram no interior do Paraná, em mais de 50 municípios por onde passaram.
Simplicidade e hospitalidade estiveram presente em cada lugar que passamos, e nestes lugares sempre havia uma pessoa disposta a informar o caminho ou ajudar um tropeiro com necessidades momentâneas, lembra o deputado estadual Nereu Moura.
É impressionante a curiosidade que uma cavalgada desse porte desperta nas pessoas, nos da a impressão que estávamos trazendo algo novo àquelas comunidades, alguma tecnologia nova ou uma nova invenção, e não apenas homens e mulheres no lombo dos animais, isso prova que nos seres humanos, trazemos em nossa genética a "Alma do Campo", complementa o presidente da Federação Paranaense de Tropeirismo, .Jéferson Pellizari .
Pessoas da cidade ou do interior, sem distinção de classe social, a tropeada desperta um sentimento de paz de espírito e harmonia com a natureza, sintonizando passado com o presente. É como se nossos antepassados estivessem se manifestando e dizendo "Muito obrigado por vocês cultivarem e cultuarem nossa tradição".
TRAJETO ENTRE BALSA NOVA E LITORAL PARANAENSE
As comitivas começaram a chegar na propriedade do Sr Luciano Bruel, e quem nos recebe é a matriarca da família com 97 anos,na comunidade de Tamanduá, município de Balsa Nova, na tarde do dia 20 de abril, véspera de feriado. A todo instante chegavam caminhões lotados de muares e cavalos acompanhados de veículos, ônibus e trailers que serviria de apoiadores na longa jornada da tropeada.
Ao anoitecer a família Bruel recebeu os tropeiros com um delicioso jantar regado a musicas regionais,cantorias e todos tiveram a oportunidade de conhecerem-se uns aos outros. Após o jantar cada tropeiro pegou suas "traias" e escolheu um canto para descansar os ossos e estar pronto para iniciar a etapa final da cavalgada. Alguns dormiram em caminhões enlonados ou trailers outros em barracas e alguns dormiram no alpendre da casa da fazenda, não sem antes dar trato e água a tropa e colocá-la em "piquete" para descanso, aliás o cuidado com os animais com comida, água e medicamentos chega a ser de puro esmero.
Antes do sol nascer as cinco horas da manhã soou estridente o berrante avisando que estava na hora começar a preparar a tropa para a tropeada. Após o café ser servido ainda sem o sol ter apontado no horizonte, os tropeiros montam em seus animais e é dado o início da última etapa da jornada. A frente segue o deputado Nereu comandando os tropeiros com o carro de som e uma longa fila se forma nas estradas do primeiro planalto paranaense.
Após percorrem alguns quilômetros a primeira parada e para oração do dia na capela histórica da comunidade de Tamanduá construída pelos Jesuítas em 1730, segundo moradores locais a capela conta com dois ambientes, um servia para o padre rezar a missa para os brancos e o ambiente em anexo com acesso por uma porta lateral seria usado para os escravos acompanharem a missa.
Após a benção aos cavaleiros e aos animais e com a recepção do prefeito da cidade, a tropeada segue seu destino rumo a comunidade de Faxina no município de Campo Largo, passando por São Luiz do Purunã .
Nesta primeira etapa tudo corre dentro da normalidade, os animais agüentam com tranqüilidade e nenhum incidente de maior proporção foi registrado, a não ser os caminhões de apoio que tiveram dificuldade para percorrer as estradas estreitas com bueiros também estreitos e o ônibus da comitiva dos Muladeiros Casco Duro de Laranjeiras do Sul que "lambeu" o barranco e as marcas ficaram em sua lataria.
(A segui ll parte )
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